Museu da Obra Salesiana no Brasil

Pesquisas em arquivos fotográficos do Museu indicam que existia um acervo exposto em móveis fabricados nas oficinas do Liceu Coração de Jesus, na época, denominado Liceu de Artes e Ofícios, já nos primeiros anos do século XX. Segundo o padre Mario Quilici (SDB), um dos responsáveis pela criação do atual Museu da Obra Salesiana no Brasil, o acervo foi adquirido pelos primeiros diretores do colégio. O tempo passou, a escola cresceu e muitas transformações aconteceram, inclusive, a de ampliação do acervo.

No final do século XIX, o já consagrado, tanto arquitetônica quanto intelectualmente, Liceu Coração de Jesus, passou a atender filhos de donos de terras em Mato Grosso, Goiás, nas bacias do Paraná e Paranapanema e estes doavam ao museu minerais, conchas e animais. Com isso o espaço expográfico passou a ser conhecido como Museu e Laboratório de Ciências Físicas e Biológicas e recebia alunos do colégio, familiares e alguns poucos visitantes de fora.

Por um período que vai da década de 1970 a 1989, o museu foi transferido para o Instituto Salesiano São Francisco, na Mooca, também na capital, a pedido do padre José Geraldo de Souza (SDB), notável professor de Ciências Físicas e Biológicas que utilizava o acervo em suas aulas.

Durante mais de 15 anos esse acervo foi cuidado e organizado pelo padre que enriqueceu a coleção adquirindo novos objetos, muitos doados pela Faculdade Paulista de Medicina, como seis cérebros, rins, úteros e ovários, coração, pulmões, fígado, estômago, além de modelos do dorso feminino e masculino e solicitando a compra de preparados químicos às autoridades responsáveis e modelos anatômicos de órgãos humanos, entre outros. Padre Mario conta, ainda, que muitas peças do acervo, padre José Geraldo adquiriu com o dinheiro de sua própria aposentadoria. Nesse período, recebeu a atenção e elogios de muitos especialistas, educadores e estudantes e a visita de professores e alunos de outras escolas da capital, alunos de cursos superiores, pessoas ilustres, gerentes de bancos e firmas comerciais. Era uma das mais bem equipadas e atualizadas salas de ciências de São Paulo. No último ano do museu no Instituto, o espaço recebeu mais de mil visitantes.

Em 1989, o museu retornou ao Liceu Coração de Jesus, e esteve sob a responsabilidade do padre José Geraldo até 2005, quando este faleceu e o museu foi fechado. Durante este período a coleção continuou a crescer com o fechamento de mais duas casas salesianas que enviaram objetos ao Liceu: o seminário de Lavrinhas/SP, de onde vieram, por exemplo, um dos esqueletos humanos verdadeiros e uma aranha-caranguejeira viva que foi por muitos anos o animal de estimação do padre, e o externato do Colégio São José de Campinas/SP. Também foi solicitada a doação de couros de sucuri, jaguatirica, onça e veado ao Museu Dom Bosco, em Campo Grande/MS, atual Museu das Culturas Dom Bosco.

Durante uma das reformas do colégio, no início dos anos 2000, o padre Nivaldo Pessinatti, reconhecendo a importância da história dessa instituição, juntou objetos que poderiam contar os mais de 100 anos de colégio e os guardou. Na mesma época, padre Mario Quilici (SDB) que havia sido aluno e depois diretor do colégio começava a se preocupar com os objetos litúrgicos do santuário, com históricos do Liceu, bem como fotografias e documentos. Sua inquietação o levou a sugerir ao inspetor de São Paulo, na época o padre Marco Biaggi (SDB), juntamente com o ecônomo inspetorial, que viria a se tornar o primeiro diretor do museu, padre José Adão Rodrigues da Silva (SDB), que se pensasse em montar um centro de memória.

Em 2008, o museu do colégio se transformou em Centro de Memória abrigando, além do acervo de Ciências Naturais, objetos que recuperam a história dos salesianos em São Paulo. Esse centro de memória recebeu o nome provisório de Museu de História dos Salesianos no Brasil e levou cerca de seis anos para ter todo seu acervo, que é composto por mais de 40mil objetos, musealizado, ou seja, o acervo começou a ser reorganizado, reavaliado, os objetos ganharam número de tombo e foram pré-catalogados.

Contou no início desse trabalho com o apoio valioso da equipe do Museu das Culturas Dom Bosco, museu salesiano fundado em 1950 localizado em Campo Grande/MS que recentemente passou por mudança de nome e endereço. Nesse período de musealização ficou fechado ao público externo realizando pequenos eventos durante as datas festivas comemoradas pelo IBRAM – Instituto Brasileiro de Museus, Semana dos Museus em maio e Primavera dos Museus em setembro. Depois de recolhido o acervo do estado de São Paulo, o museu começa a conversar com outras inspetorias e casas do país a fim de ampliar o acervo possibilitando apresentar ao visitante com fidelidade a presença salesiana no país.

Em 18 de agosto de 2014 o museu que já usava seu nome definitivo, Museu da Obra Salesiana no Brasil, abriu as portas para o público com a exposição comemorativa do bicentenário do patrono dos salesianos, Dom Bosco, intitulada “200 anos do nascimento de Dom Bosco”. Durante esse período desde a abertura ao público, o museu já recebeu mais de 4 mil visitantes.

Além de receber os visitantes da exposição comemorativa, o museu monta pequenas exposições temporárias, organiza visitas educativas em parceria com o Liceu Coração de Jesus, com o principal objetivo de proporcionar aos educandos uma vivência prática do conteúdo visto em sala de aula e se organiza para implantar projetos que favoreçam os portadores de necessidades especiais, iniciando esse trabalho pelos cursos já ministrados no Liceu.




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